Empresa francesa investe 18 milhões para transformar cânhamo em biocombustível

Parceria com CannaReporter

A Qairos Energies vai investir 18,8 milhões de euros numa unidade de pirogasificação de cânhamo cultivado na região do Sarthe, no noroeste da França, para produzir biocombustível não poluente. A tecnologia é uma alternativa à electrólise e vai produzir metano e hidrogénio verdes, anunciou a empresa em comunicado de imprensa.

A pirogasificação é uma nova tecnologia utilizada para transformar a energia contida na biomassa em electricidade e/ou calor através da conversão a quente de moléculas orgânicas complexas em moléculas mais simples, utilizando o processo de transformação físico-químico denominado como pirólise.

A Qairos Energies, uma startup francesa com sede na região do Sarthe, pretende usar a biomassa agrícola proveniente do cânhamo para produzir metano e hidrogénio. O investimento nesta tecnologia sustentável é de cerca de 18,8 milhões de euros e servirá para construir e lançar uma instalação que usará cânhamo local para fazer combustível para autocarros e combóios, tornando a França na principal distribuidora de gás natural.

Alguns dos membros da Qairos na apresentação do projecto à Imprensa.

O projecto está a ser financiado pelo banco de investimento BpiFrance e pela região francesa de Pays de la Loire, segundo o jornal francês Les Echos. A Qairos também está a obter ajuda da consultora multinacional KPMG, segundo o HempToday.

O vice-CEO da Qairos, Kevin Collet, disse à HempToday que introduzir o cânhamo na cadeia de produção para pirogasificação – um processo industrial no qual o material orgânico é transformado em gás, CO2 e calor – é um passo inovador para a indústria de energia.

A Qairos Energies planeia iniciar a construção da unidade no primeiro trimestre de 2021 e começar a comercializar o seu gás natural no final de 2022, tendo obtido uma licença de construção e o direito de fornecer metano sintético à rede de energia francesa. A nova instalação ficará localizada em Trangé, perto de Le Mans, no noroeste da França, e usará cânhamo produzido num raio de 35 quilómetros pelos membros da cooperativa agrícola Fermiers de Loué.