Indústria do cânhamo mostrou sinais de crescimento em 2020, apesar das contingências

Parceria com CannaReporter

A New Frontier Data fez uma revisão do sector do cânhamo nos Estados Unidos da América e demonstra que apesar das interrupções e da pandemia, o ano de 2020 foi marcante para a crescente indústria do cânhamo.

Numa revisão publicada a 17 de Dezembro, intitulada “O mercado do cânhamo em 2020“, foram analisados vários temas de relevância para a indústria, desde o comportamento do consumidor ao rendimento e flutuações de preço das produções de cânhamo.

O crescimento explosivo da indústria da canábis gerou algum burburinho a nível internacional, com mais de 90 por cento dos americanos a já ter ouvido falar de CBD (canabidiol). À medida que os consumidores se tornam cada vez mais familiarizados com os derivados do cânhamo, as marcas nacionais de bens de consumo aguardam pela oportunidade de lançar ou adquirir as suas próprias marcas em 2021.

Na Europa e na América Latina, a prevalência de CBD foi estimulada por preços baixos, causados ​​pelo grande excesso de oferta de material de cânhamo cultivado em 2020. Uma vez que entre 40% -60% das colheitas de 2019 não foram vendidas, o excesso de biomassa reduziu os preços de forma acentuada.

Regulamentação confusa dificulta maiores avanços do sector

Apesar da popularidade do cânhamo entre os consumidores, o fracasso das agências governamentais em criar regulamentos claros e sensatos para os produtos de cânhamo sufocou o crescimento da indústria. No final do ano, os turbilhões em torno da legislação, os regulamentos propostos e a regra final provisória da USDA criaram um ambiente volátil, tornando o planeamento de negócios virtualmente impossível e ameaçando a viabilidade económica de muitos processadores de cânhamo. Ainda assim, muitas empresas têm esperanças redobradas para o ano vindouro, principalmente de uma decisão positiva da Federal Drugs Administration (FDA), que sob a administração de Biden poderá estimular um novo ciclo de expansão.

As aplicações de cânhamo não-CBD também cresceram em 2020. As importações americanas de sementes de cânhamo devem atingir níveis recordes este ano, na ordem dos 97,7 milhões de dólares, já que a mudança no comportamento do consumidor impulsionou o crescimento dos alimentos saudáveis.

A fibra de cânhamo – e suas aplicações industriais correspondentes – teve dificuldade para descolar devido à inesperada crise de capital deixada pela pandemia da COVID-19. No entanto, a indústria de fibra de cânhamo estabeleceu uma base para o crescimento futuro, já que algumas das primeiras verdadeiras instalações de descorticação dos EUA foram inauguradas com a expectativa de iniciar as operações em 2021.

À medida que 2020 chega ao fim, o cânhamo continua a ser uma indústria com potencial positivo nas economias atingidas pela pandemia global.

Há razões para estar optimista face ao futuro: o crescimento na demanda do consumidor por CBD não mostra sinais de parar, o aumento da procura por proteínas vegetais está a impulsionar o mercado da semente e as propostas de acção climática do governo Biden podem catalisar as aplicações industriais do cânhamo. Ainda assim, as lições de 2020 servem para lembrar que as contingências do sector nem sempre podem ser planeadas e os operadores do cânhamo devem construir negócios que consigam lidar com as incertezas e adaptar-se rapidamente a um cenário de negócios em rápida mutação.

Imagem representativa do sector dos EUA relativamente ao mercado do cânhamo, publicado pela New Frontier Data